A Jornada de Bia: Luz nas Sombras e Esperança no Futuro

Bia, nome tão comum,

Mas a vida dela, nem tanto assim,

Vinte e três anos e um mundo em brumas,

Num caminho escuro, mas sem fim.

Linda, simpática, um brilho no olhar,

Mãe dedicada de um filho pequeno,

Com três meses a mais, outro a esperar,

Num ciclo cruel, silencioso e terreno.

Casada, diz ela, mas presa a um laço,

Onde o amor já não se faz presente,

Um contrato que pesa, um nó de aço,

Num coração partido, ausente.

Por que essa vida, por que escolher,

Um caminho tão duro, tão cheio de dor?

Será que o destino quis a deter,

Ou foi a falta de outro amor?

O corpo, uma moeda, a troca sem fim,

Por migalhas que apagam o sonho,

Mas quem a julga por estar assim,

Sem ver o peso que carrega, tristonho.

Ela, que sorri e tenta se erguer,

Entre as sombras de uma vida sofrida,

Cada passo, um novo vencer,

Na estrada que não foi escolhida.

O filho nos braços, o ventre a crescer,

E o mundo parece não querer saber,

De suas lutas, de sua vontade de viver,

Num futuro que possa florescer.

Será que o amor um dia lhe vem,

Ou já desistiu de esperar o perdão?

Nas esquinas, o olhar além,

Busca uma nova direção.

Mas enquanto isso, segue o compasso,

Vendendo o tempo, sem ter opção,

Um coração jovem, preso no espaço,

De uma vida sem redenção.

E no silêncio da noite, reflete,

Sonhos que ficaram pra trás,

Mas ainda há algo que a protege,

Uma esperança que jamais desfaz.

Quem a vê, não entende o porquê,

De uma escolha tão cheia de dor,

Mas só Bia sabe o que a faz viver,

E o peso de carregar tanto amor.

E enquanto a vida continua,

Ela segue, mãe, mulher, guerreira,

Lutando pra ser sua própria lua,

Numa batalha sincera e verdadeira.

Talvez, um dia, a sorte mude,

E Bia encontre seu lugar ao sol,

Mas por enquanto, ainda se ilude,

Na noite fria, no sonho sem farol.

Bia é mais que o rótulo imposto,

É história de luta e de vida,

Na busca por um simples gosto,

De ser feliz, ainda não perdida.