A Jornada de Encontrar a Si Mesmo

Você fez tudo para me perder, conseguiu. 

Desfez os laços, deixou-me ao léu, 

Em sombras frias, o amor se esvaiu, 

E a dor persiste como um cruel.

No início, promessas como estrelas, 

Reluzentes, brilhavam em nosso céu, 

Mas cada gesto, cada palavra, 

Apagava o brilho, causava um véu.

Busquei nos seus olhos uma razão, 

Mas encontrei abismos, silêncios e breus, 

Tentava entender, achava solução, 

Mas o amor, de fato, já não era seu.

As horas se tornaram longas e vazias, 

O riso, uma lembrança distante, 

Você, antes sol, agora nuvem sombria, 

E eu, em desespero constante.

Me vi em prantos, lágrimas sem fim, 

Tentando remendar o irremediável, 

Mas seus gestos frios falavam por si, 

Nosso amor, agora, irreparável.

Cada tentativa, um novo fracasso, 

Cada abraço, um passo para o abismo, 

Você, com jeitinho, solto, esvoaçante, 

Eu, preso, cativo, num eterno sismo.

Tantas noites frias, sem seu calor, 

Tantos desejos despedaçados, 

E no silêncio gritante, a dor, 

De um amor que, aos poucos, foi silenciado.

Vendo as memórias, fotos antigas, 

Sorrisos que hoje são só miragens, 

Percebo as mentiras, as intrigas, 

E entendo nossas distantes paisagens.

Seu adeus, sem palavras, sem gestos, 

Foi o fim de um livro não lido, 

Deixou-me em pedaços, em protesto, 

Contra o destino, contra o cupido.

Mas nas sombras, encontro uma luz, 

De mim mesmo, um reflexo vivo, 

Levanto-me, recomeço, sem sua cruz, 

Num novo caminho, mais altivo.

Você fez tudo para me perder, conseguiu, 

Mas ao perder-me, encontrei meu eu, 

E agora, livre, meu espírito riu, 

De um amor que um dia me esqueceu.

Recomeço, sozinho, mas inteiro, 

Com novas forças, novo destino, 

E no caminho, vou mais ligeiro, 

Escrevendo a vida, verso divino.

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