Além das Dezenove Chaves

Nanda, mulher de traços suaves,

Casada com o tempo, há dezenove chaves.

Único homem em seu coração cravado,

Uma história de amor que o tempo havia moldado.

Mas um dia, o vento mudou de direção,

Nanda ouviu dentro dela uma nova canção.

Resolveu trabalhar, mãos como arte,

Numa clínica onde o silêncio se reparte.

Finalizações que vão além do toque,

Com vontade, quebra o próprio estoque

De julgamentos, crenças e prisões,

Explora novos mundos, sente novas razões.

Não é apenas o corpo que ela alivia,

Mas almas cansadas de noites vazias.

Há quem julgue seu passo, sua jornada,

Mas só Nanda conhece a dor calada.

Será desejo, ou busca de si?

Um grito interno que a fez partir?

Na vida a linha entre o certo e o errado,

É desenhada por um coração agitado.

Nanda, mulher que agora sente o que nunca ousou,

Em suas mãos, histórias, em seus olhos, quem ficou.

Casada com o mundo, mas livre na estrada,

Nanda, enfim, encontra sua própria morada.