Do Esquecimento à Redenção

A dor no peito hoje me faz pensar,

Que em teu cuidado, meu ser fui esquecer,

Nessa jornada, tentei te amparar,

E me perdi no ato de te proteger.

Foram noites de vigília constante,

Dias longos de um amor dedicado,

Cada gesto, cada toque hesitante,

Desse coração que ficou desgastado.

O tempo passou e eu não percebi,

Que me deixava em segundo plano,

Na tua sombra, minha luz escondi,

E na tua tristeza, fiz meu engano.

As cicatrizes do meu peito pedem atenção,

Preciso olhar para dentro de mim,

Cuidar das feridas, dar-me a razão,

Que em teu abraço, ficou por um fim.

Vejo-te agora em tua solidão,

Enquanto busco a paz que perdi,

É estranho esse eco no coração,

De um amor que um dia vivi.

O espelho reflete um novo ser,

Mais forte, consciente do que precisa,

Não mais para sofrer, mas para viver,

Encontrando na dor a sua brisa.

Nos passos incertos, vou me encontrar,

Reconstruindo cada pedaço meu,

E aprendendo a verdade aceitar,

Que o amor-próprio é um presente do céu.

Não guardo rancor, só a lição,

De que o amor não deve nos apagar,

Pois em mim, encontrei a canção,

Que antes em ti, tentei buscar.

O vento que sopra é um renascer,

De esperanças que voltam a florir,

E as cicatrizes, deixam de doer,

Com a certeza hoje que posso sorrir.

Vou seguindo, sem olhar para trás,

Pois o futuro é o que me aguarda,

Deixo-te com tua dor, sem mais,

Minha jornada é livre e resguardada.

Que na solidão, você encontre,

A força que um dia em mim buscou,

E que no silêncio de cada monte,

Descubra o amor que se apagou.

Hoje cuido de mim, minha missão,

E no cuidar, encontro a verdade,

A dor no peito é a recordação,

De que o amor é também liberdade.