Entre Beijos e Mágoas: O Preço da Infidelidade

Hoje eu entendo, com clareza cortante, 

A dor que o consumiu naquele instante, 

Quando seus olhos, cheios de desespero, 

Nos flagraram aos beijos, num gesto sincero.

Na casa de sua irmã, num canto esquecido, 

Vivíamos o que parecia ser destino, 

Mas para ele, foi um pesadelo vindo à tona, 

Ver que seu amor se esvaía em outra persona.

Seus olhos fixos, carregados de mágoa, 

O coração partido, afogado na água, 

De lágrimas que não pode conter, 

Ao ver que você já não era mais seu querer.

Eu lembro do silêncio que se seguiu, 

Do peso do olhar, que nada mais viu, 

Além de dois traidores em pleno ato, 

Roubando o amor que ele acreditava intacto.

Hoje sinto na pele, em cada lembrança, 

A dor de quem ama, mas perde a esperança, 

De que o amor pode durar para sempre, 

Quando a verdade explode, fria e quente.

A dor que causei, sem sequer perceber, 

Agora volta para mim, sem querer, 

E me faz ver o quanto fui cego, 

Na busca de um amor que veio sem apego.

Ele nos viu, e no seu peito rasgou, 

Um amor que era puro, mas que desabou, 

Em frente aos seus olhos, sem poder evitar, 

O adeus de um sonho que não pôde guardar.

Eu nunca soube, até esse momento, 

O peso que carrega quem sofre em silêncio, 

Mas agora entendo, com dor na consciência, 

O que é ver o amor morrer na ausência.

Agora, tenho a certeza que dei muito, 

Deixei marcas profundas, sem nenhum intuito, 

De causar tanta dor em quem amava tanto, 

E agora sinto o amargo desse encanto.

A vida segue, mas a culpa persiste, 

Um fardo que carrego, sem nunca ser triste, 

Pois a dor que causei, por um amor egoísta, 

Agora me persegue, como um lamento à vista.

Eu tento seguir, mas o peso não sai, 

De saber que destruí o que ele guardava em paz, 

E hoje eu vejo, sem a mínima ilusão, 

Que sou o responsável por essa desolação.

Ele amou, e eu destruí sem pensar, 

Agora entendo o que é perder sem lutar, 

E no fundo do peito, a certeza é clara, 

Que a dor que causei, em mim também se prepara.

Hoje, ao lembrar daquele dia cruel, 

Vejo que o amor pode ser doce ou fel, 

E a dor que dei, sem querer, sem notar, 

Agora é minha, para sempre me acompanhar.