Entrelinhas do Silêncio

No fio da linha, ecoa o silêncio,

Na respiração pausada, sem resposta,

Um vazio denso, sem indício,

Que murmura segredos sem voz exposta.

O eco se perde no vácuo imenso,

Na espera que não se desvanece,

Percorre a mente como um incenso,

Ardendo em perguntas, na mente que aquece.

O silêncio, um convite ao mistério,

No telefone mudo, sem timbre ou tom,

Cria um vácuo no espaço sideral,

Onde se perdem as palavras, sem som.

Palavras que dançam no ar rarefeito,

Em dança muda, sem passos marcados,

Um ballet de sentimentos no peito,

Entre o pensado dito e o não dito, entrelaçados.

É um poema sem versos declamados,

Uma sinfonia sem notas tocadas,

Um universo de significados,

Entre ausências e presenças, entrelaçadas.

No outro lado da linha, o mistério,

Que o silêncio tece em seu tear,

Cada nó, cada laço, um enigma sério,

Que só o tempo pode desvendar.

Assim, a ligação persiste inerte,

Num diálogo de ausências e presenças,

Onde o silêncio é a voz que verte,

Entre as entrelinhas das sentenças.

E na imensidão deste silêncio,

Cresce a poesia que não se move,

Um poema estático, sem decréscimo,

Onde cada silêncio um verso prova.

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