Ilusão e Desencanto

Novinha sonhadora, olhos cheios de luz, 

Deslumbrou-se com o noia, seu mundo conduz. 

Ele, figura do bairro, charme de engano, 

Ela, em seus braços, acreditou no amor insano.

Veio o filho, fruto de um amor incerto, 

Esperanças depositadas em um futuro deserto. 

Ele a tratava como algo descartável, 

Um amor que machuca, tão descontrolável.

Mentiras pra ela , promessas quebradas, 

A vida dela, em fragmentos, despedaçadas. 

O sonho virou pesadelo, noite sem fim, 

Cada dia, um tormento, um eco ruim.

Ela, jovem mãe, sozinha na batalha, 

Pisada, humilhada, vivendo na falha. 

Buscava nos olhos dele um resquício de carinho, 

Mas só encontrava desprezo, um caminho sozinho.

O coração apertado, a alma em pranto, 

Cada dia uma luta, um doloroso encanto. 

Ela começou a acreditar, sem esperança, 

Que homem de verdade é igual àquele que cansa.

Ele a tratava como lixo, sem valor, 

E ela, perdida, confundiu isso com amor. 

A cada grito, a cada desdém, 

Ela achava que isso era o que vinha do além.

O tempo passou, e as cicatrizes ficaram, 

Lembranças dolorosas que nunca apagaram. 

Ela perdeu a crença em amor verdadeiro, 

Achou que todos eram cruéis, sem paradeiro.

Tristeza nos olhos, brilho apagado, 

Uma mulher que sofreu, e foi maltratada. 

Acreditava que todo homem era assim, 

Frio e cruel, um destino sem fim.

Mas dentro dela, uma pequena esperança, 

De que um dia pudesse haver uma mudança. 

Que o amor pudesse ser doce, sincero, 

Que alguém pudesse vê-la além do esmero.

Ainda assim, a desilusão prevalece, 

Cada tentativa, uma nova decepção acontece. 

Ela se fecha, num casulo de dor, 

Esperando que um dia, mude seu valor.

Se um dia ela encontrar, alguém que a trate bem, 

Talvez ela veja que amor pode ser além. 

Que carinho e respeito podem coexistir, 

Que ela merece mais do que apenas resistir.

Enquanto isso, ela segue, mãe guerreira, 

Aprendendo a lidar com a vida inteira. 

Esperando um milagre, uma nova visão, 

Que a tire da sombra, e cure seu coração.

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