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Lembranças Amargas, Amor Latente

Nosso caso foi amor?

a dúvida, às vezes, mora,

nos becos mais escondidos,

nas lembranças que afloram.

 

Sei que foi amargo, muito,

feito fel em nossa boca,

cada palavra dita

era ofensa tão oca.

 

Nosso amor, que era chama,

se transformou em fumaça,

evaporando no vento,

silêncio em cada praça.

 

Os dias que nos uniam,

tornaram-se sombra fria,

em corredores vazios,

ecos de melancolia.

 

Nossas risadas, um dia,

a sinfonia perfeita,

emudeceram-se, tristes,

numa nota desfeita.

 

As portas que juntos abrimos,

fecharam-se sem alarde,

nos deixando em um quarto,

cada um numa parte.

 

Mas será que amor se apaga,

ou fica sempre latente,

como brasas sob cinzas,

esperando um sol poente?

 

O que vivemos, um sonho,

ou ilusão passageira?

Nos confunde a memória,

pois doía a vida inteira.

 

A verdade, então, pergunto,

se esconde ou se revela?

Sei que foi uma história,

de dor e centelha bela.

 

Lembrança de algo doce,

mesmo quando amarga, tensa,

despertando-se em noites,

que a saudade despensa.

 

Nosso caso foi amor?

resposta sem precisão,

talvez fosse tempestade,

calma depois, constelação.

 

Navegamos nas estrelas,

perdemos rota e o faro,

mas foi amor, doído e vivo,

no coração, um disparo.

 

Sei que hoje, ao recordar,

não há mágoa que encerre,

foi o amargo persistente,

que adoçou, grave e feroz.

 

Mesmo amarga, nossa história,

reluz com brilho sutil,

nosso caso foi amor?

resposta é sim; dor civil.

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Somos apaixonados por poesia. Neste espaço, buscamos compartilhar não apenas palavras, mas emoções, pensamentos e reflexões que habitam nossos corações e mentes. Acreditamos no poder transformador das palavras e na capacidade única da poesia de tocar as almas, despertar a imaginação e conectar pessoas.

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