Noite de Original e Nostalgia

No bar mesas surradas nos contam histórias,

Daqueles dias de risos e memórias,

Onde brindamos com tanta euforia.

O teu sorriso, alva estrela ausente,

Vibra em cada canto do ambiente,

Num silêncio que é saudade latente.

E cada gole da cerveja gelada,

Traz um pouco de tua risada,

Que faz falta nessa madrugada.

Ao redor, a vida segue constante,

Mas no peito, há um vácuo gigante,

Que só preenche tua presença vibrante.

Lembranças dançam nas sombras do balcão,

Nomeando cada brinde com emoção,

Num cenário de nostálgica ilusão.

E o garçom que passa, indiferente,

Não sabe do teu riso ausente,

Que faz de mim um visitante carente.

O aroma da cevada invade o ar,

Como sopro de memórias a flutuar,

Levando-me outra vez a te encontrar.

Nessa noite de original e saudade,

O tempo é um constante alarde,

Que grita tua ausência com intensidade.

E as luzes tremulam, quase ofuscadas,

Por lágrimas discretas e disfarçadas,

De alguém que sente tuas chegadas.

Na mesa surrada, te imagino presente,

Com riso fácil, tão envolvente,

Que transforma a melancolia em quente.

Entre memórias e alguns goles a mais,

Busco nas lembranças um pouco de paz,

Até o momento em que tu voltas e traz…

Tua alegria, que ilumina o brando,

Faz desse bar um mundo mais brando,

Com teu sorriso minha saudade acalmando.