Sozinha em Seu Próprio Mar

Você nem percebe que está ficando só, 

Envolta em seu mundo de ego e vaidade, 

Afasta todos, com seu jeito tão só, 

E se perde nas ondas da própria tempestade.

Cada palavra sua, um corte sutil, 

Que fere quem tenta se aproximar, 

Sem notar que se torna hostil, 

Deixando o amor lentamente escapar.

Você construiu muros ao redor, 

Cercou-se de espelhos que refletem ilusão, 

Mas não vê que o mundo virou pó, 

E que seu castelo desmorona em vão.

Os amigos que um dia foram abrigo, 

Agora se distanciam sem olhar para trás, 

Você os empurrou, perdeu o fôlego, 

E nem percebe o vazio que a segue em paz.

Nos sorrisos falsos que esboça, 

Esconde o medo de encarar a verdade, 

Mas o silêncio que resta é uma fossa, 

Que cresce, alimentada por sua vaidade.

O amor que um dia poderia ter, 

Se afastou, cansado de esperar, 

Você não percebe que o perder, 

Foi escolha sua, ao se fechar.

A solidão que você teme sentir, 

Já é parte da sua realidade, 

E quanto mais tenta fugir, 

Mais se afasta da felicidade.

Você vê o mundo como um espelho, 

Mas o reflexo distorce o que é real, 

Cega aos corações que anseiam conselho, 

E sem notar, cai em seu próprio mal.

Agora, sozinha em seu próprio mar, 

Afunda nas águas que criou, 

As mãos que tentavam te salvar, 

Foram embora, quando o orgulho se mostrou.

As noites, antes cheias de alegria, 

Tornaram-se frias, vazias, sem cor, 

Você não vê que, dia após dia, 

Afasta de si qualquer forma de amor.

E mesmo assim, não quer mudar, 

Prefere a solidão ao acolhimento, 

Mas quando a dor começar a apertar, 

Será tarde para arrependimento.

Você, que julgava saber o caminho, 

Perdeu-se na trilha da soberba e do orgulho, 

Agora, só resta o frio desalinho, 

De uma vida que se tornou entulho.

Sozinha ficará, sem perceber, 

Que o mundo que construiu desabou, 

E quando finalmente entender, 

Estará só, no vazio que restou.